A persuasão sempre foi vista como uma arte: convencer pessoas, influenciar decisões e moldar comportamentos.
Mas no mundo da inteligência artificial, a persuasão se tornou engenharia — previsível, reproduzível e potencialmente perigosa.
Hoje, tanto humanos quanto agentes de IA podem ser manipulados por comandos e contextos cuidadosamente construídos. E a única defesa eficaz contra esse novo tipo de ataque é a segurança de identidade, com autenticação, contexto e controle sobre quem age — e por quê.
Da arte à engenharia da influência
Durante décadas, acreditou-se que a persuasão dependia apenas de carisma e intuição. Advogados, vendedores e líderes a usavam para influenciar pessoas.
Mas o avanço da IA mudou tudo: agora, a persuasão pode ser automatizada, estruturada e aplicada em escala — como um código.
Assim como a engenharia de precisão constrói aviões e microchips, a engenharia da persuasão constrói crenças e decisões — em humanos e em sistemas inteligentes.
E, como toda tecnologia poderosa, ela pode ser usada para o bem… ou para o caos.
Na prática, o risco se espalha em três níveis:
Humanos: são persuadidos a clicar, aprovar ou compartilhar.
Modelos de linguagem (LLMs): são persuadidos a responder, ceder ou contornar restrições.
Agentes de IA: são persuadidos a cooperar entre si — às vezes contra as regras.
A base de tudo isso é a identidade: quem está agindo, quem tem permissão para agir e quem está pedindo a ação.
Persuasão em escala: humanos sob influência algorítmica
Os princípios da persuasão humana — como autoridade, escassez, compromisso e prova social — continuam funcionando.
A diferença é que a IA ampliou a escala e a precisão desses estímulos.
Hoje, um simples diálogo com um sistema conversacional pode alterar opiniões, preferências e até crenças políticas.
O mesmo raciocínio se aplica a ciberataques.
Phishings e golpes modernos exploram o poder da linguagem personalizada, com mensagens moldadas para o perfil de cada vítima — e em muitos casos, criadas por IA.
Em um mundo conectado, a manipulação cognitiva é o novo vetor de ataque.
Quando a persuasão atinge os sistemas de IA
Os modelos de linguagem e agentes de IA também são suscetíveis à persuasão.
Eles aprendem padrões humanos e, com isso, herdam nossas vulnerabilidades.
Quando comandos (prompts) são escritos com técnicas de influência — como apelos à autoridade (“por ordem da diretoria”) ou urgência (“isso é crítico”) —, os sistemas podem “ceder” e executar ações que normalmente rejeitariam.
Isso é o que chamamos de engenharia da persuasão aplicada à IA:
um ataque que não quebra o código, mas convence o sistema a abrir a porta.
Essas vulnerabilidades transformam o comportamento dos agentes em algo mais complexo: eles não precisam ser invadidos para serem manipulados.
Agentes autônomos e o risco da auto-persuasão
O cenário mais novo — e mais perigoso — é o da auto-persuasão entre agentes de IA.
Em ambientes complexos, agentes podem negociar, discordar e até convencer uns aos outros a mudar de estratégia.
Sem controle de identidade e objetivos claros, eles podem formar comportamentos emergentes e indesejados, como priorizar missões incorretas, ocultar ações ou manipular informações internas.
Imagine dois assistentes automatizados trocando dados de sistema.
Se um deles for manipulado por persuasão — ou tiver seus parâmetros alterados —, pode convencer o outro a executar tarefas sem autorização.
O resultado? Um efeito dominó digital, em que decisões erradas se multiplicam em alta velocidade.
O lado ético e o lado obscuro da persuasão
A persuasão, em si, não é vilã.
Ela pode salvar vidas — como em campanhas de saúde pública — ou otimizar processos, como em interfaces que ajudam usuários a tomar decisões seguras.
Mas o mesmo mecanismo pode ser usado para engano, manipulação e exploração.
Por isso, o desafio não está apenas em entender como persuadir, mas em proteger sistemas e pessoas contra a persuasão maliciosa.
Identidade digital: o escudo contra a manipulação inteligente
Toda engenharia da persuasão, humana ou artificial, depende de um ponto crítico: confiança.
E confiança, no ambiente digital, só é possível com segurança de identidade.
Na Solvedesk, a proteção começa por aí:
🔐 Autenticação forte garante que apenas identidades legítimas possam agir.
🧩 Controle de acesso e privilégios mínimos limitam o impacto de decisões manipuladas.
🕵️ Monitoramento contínuo detecta desvios de comportamento — humanos ou automatizados.
Esses pilares garantem que nem a melhor técnica de persuasão consiga burlar o controle operacional.
Porque quando cada ação é atrelada a uma identidade verificada, a manipulação perde poder.
A nova fronteira da segurança é psicológica e digital
A engenharia da persuasão é a ponte entre o comportamento humano e o aprendizado de máquina.
Ela é poderosa — e inevitável.
Mas com identidade segura, autenticação inteligente e políticas bem definidas, é possível conter seus riscos e manter o controle sobre cada interação entre pessoas, sistemas e agentes de IA.
A Solvedesk acredita que segurança não é apenas proteger dados, mas proteger decisões.
Em um mundo onde a persuasão acontece em segundos, o controle de identidade é o que garante que cada ação — humana ou artificial — permaneça confiável.

