Ataques de Temporização: A Nova Ameaça à Criptografia Pós-Quântica

A criptografia do futuro já enfrenta riscos hoje.
Com a ascensão da computação quântica, algoritmos criptográficos resistentes ao futuro estão sendo implementados — como o Kyber KEM. No entanto, uma nova vulnerabilidade tem chamado atenção: os ataques de temporização (timing attacks).

Neste artigo, explicamos o que são esses ataques, como funcionam, por que representam um risco até para algoritmos pós-quânticos e o que sua empresa pode fazer para se proteger.

O que são ataques de temporização?
Os ataques de temporização são uma categoria de ataques de canal lateral, onde um invasor analisa o tempo que um sistema leva para processar diferentes entradas e, com isso, consegue inferir dados confidenciais, como senhas ou chaves de criptografia.

Esses ataques não exploram falhas no algoritmo em si, mas sim em como ele é implementado. Ao monitorar o tempo de resposta, consumo de energia, ou até ruídos emitidos por um dispositivo, é possível reconstruir informações sensíveis.

Exemplo real: vulnerabilidade nos chips Apple M1, M2 e M3
Um dos casos mais notáveis foi a falha descoberta nos chips da Apple, onde um componente chamado DMP (Data Memory-Dependent Prefetcher) acabava tratando chaves de criptografia como endereços de memória — criando uma brecha.

Através de um ataque como o GoFetch, invasores podem enganar o chip para revelar trechos da chave criptográfica, comprometendo algoritmos tradicionais e pós-quânticos.

Como os ataques de temporização funcionam?
Sistemas criptográficos processam dados com diferentes tempos de resposta, dependendo das condições internas e dos dados inseridos. O invasor, então:

Fornece entradas cuidadosamente planejadas.

Mede o tempo que o sistema leva para responder.

Utiliza análise estatística para deduzir a chave de criptografia ou informações sensíveis.

Ataques como Spectre e Meltdown, que afetaram processadores no mundo todo em 2017, são exemplos famosos de como essas falhas podem ser exploradas em larga escala.

Por que esses ataques ameaçam a criptografia?
O perigo dos ataques de temporização é que eles podem quebrar a segurança sem “quebrar” o algoritmo. Mesmo criptografias fortes, como RSA ou Kyber KEM (pós-quântico), podem ser comprometidas se implementadas de forma vulnerável.

Um dos casos mais recentes foi a falha KyberSlash, em dezembro de 2023. Nela, era possível enviar dados falsos e analisar o tempo que o sistema levava para respondê-los, o que possibilitava inferir as chaves privadas usadas.

Essa vulnerabilidade foi corrigida rapidamente, mas acendeu um alerta global: a criptografia pós-quântica também pode ser explorada com ataques de canal lateral.

Como se proteger de ataques de temporização?
A principal recomendação é garantir que todas as operações criptográficas levem o mesmo tempo de execução, independentemente da entrada. Isso é chamado de execução com tempo constante — embora difícil de implementar.

Outras medidas recomendadas incluem:

Blinding criptográfico, como no RSA.

Quantização de tempo, onde todas as operações duram múltiplos de um intervalo fixo.

Monitoramento de comportamento anômalo em sistemas que lidam com criptografia.

Atenção redobrada na implementação de algoritmos, mesmo os mais modernos.

A Solvedesk pode ajudar sua empresa a revisar e proteger sua infraestrutura de TI, especialmente em ambientes onde o controle de acesso e a proteção de dados sensíveis são críticos.

A segurança começa na implementação
Ataques de temporização são discretos, eficazes e muitas vezes negligenciados. À medida que tecnologias como a computação quântica se aproximam da realidade, garantir que suas soluções criptográficas sejam bem implementadas se torna ainda mais importante.

Na Solvedesk, levamos a segurança digital a sério. Oferecemos soluções robustas de suporte técnico, controle de acesso e monitoramento — ajudando empresas a se prepararem para os desafios de hoje e de amanhã.

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